Um farol de esperança: 90% dos casos de suicídio podem ser prevenidos
- DIRECT - Gestão de Benefícios
- 3 de set.
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Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) revelam que o suicídio está frequentemente associado a transtornos mentais, com a depressão como principal causa. Diante da estimativa de que uma em cada quatro pessoas sofrerá de depressão na vida, um dado se destaca como um farol de esperança: 90% dos casos de suicídio são evitáveis, pois estão ligados a condições que podem ser tratadas. A chave para a prevenção está no combate ao estigma, no acolhimento e no acesso à informação e ao tratamento.
No Brasil, onde os números de suicídio são uma realidade preocupante, essa perspectiva nos convida a agir. Falar sobre saúde mental e suicídio ainda é um tabu imenso, cercado por medo, vergonha e desinformação. No entanto, é exatamente ao quebrar esse silêncio que podemos construir pontes e, literalmente, salvar vidas. É fundamental compreender que a pessoa que pensa em suicídio não deseja acabar com a vida; ela busca desesperadamente um alívio para uma dor que se tornou insuportável. E, na maioria das vezes, ela emite sinais de que precisa de ajuda.
O cenário Brasileiro: um chamado à atenção
Os dados no Brasil acendem um alerta urgente. Entre 2010 e 2019, o número de mortes por suicídio cresceu 43%. Em 2019, foram quase 14 mil casos, o que representa uma média de 38 pessoas por dia tirando a própria vida. A pandemia de Covid-19, com o isolamento social, o luto e as crises financeiras, intensificou fatores de risco como ansiedade e depressão, tornando o cenário ainda mais delicado.
O suicídio é um fenômeno complexo e democrático, que atinge todas as classes sociais, idades e gêneros. No entanto, alguns grupos se mostram mais vulneráveis. No Brasil, o suicídio é a quarta principal causa de morte entre jovens de 15 a 29 anos. Entre 2016 e 2021, a mortalidade por suicídio entre adolescentes de 15 a 19 anos aumentou quase 50%. Embora as mulheres tentem mais, a taxa de suicídio consumado é drasticamente maior entre os homens.
Os fatores de risco são múltiplos e, muitas vezes, sobrepostos. Transtornos mentais como depressão, transtorno bipolar e esquizofrenia são os mais comuns, frequentemente agravados pelo abuso de álcool e outras drogas. Situações de vida como desemprego, perdas de entes queridos, conflitos familiares, discriminação e doenças crônicas também aumentam a vulnerabilidade.
Os sinais de alerta: um pedido de ajuda que precisamos ouvir
É um mito perigoso acreditar que quem fala em se matar só quer chamar a atenção. Expressar pensamentos suicidas é um claro pedido de ajuda. É crucial aprender a reconhecer os sinais, que podem ser verbais ou comportamentais. Fique atento se alguém próximo a você:
Fala muito sobre morte, desesperança ou suicídio: frases como "eu queria sumir", "não aguento mais", "queria dormir e não acordar mais" ou "vocês ficariam melhores sem mim" nunca devem ser ignoradas.
Isola-se socialmente: afastar-se de amigos e familiares, deixar de fazer atividades que antes gostava e passar a maior parte do tempo sozinho são sinais importantes.
Apresenta mudanças drásticas de humor e comportamento: a pessoa pode ficar mais irritada, ansiosa, apática ou, paradoxalmente, parecer subitamente calma e tranquila após um período de grande angústia (o que pode indicar que a decisão foi tomada).
Começa a se desfazer de bens importantes ou a organizar "despedidas" de pessoas queridas.
Demonstra falta de esperança e uma visão extremamente negativa sobre a vida e o futuro.
Esses sinais, especialmente quando aparecem em conjunto por um período de semanas, são um chamado para agir.
A escuta que salva vidas
Se você suspeita que alguém está em risco, sua atitude pode ser decisiva. O medo de "não saber o que dizer" não pode paralisar.
1. Converse abertamente e sem julgamento: encontre um lugar calmo e pergunte diretamente, com empatia: "Tenho notado que você não parece bem. Você está pensando em se matar?". Contrariando o mito, perguntar não induz ao ato; pelo contrário, pode ser um grande alívio para a pessoa poder falar sobre sua dor.
2. Ouça com atenção e valide os sentimentos: não tente minimizar o problema com frases como "isso vai passar" ou "pense positivo". Mostre que você se importa, dizendo algo como: "Sinto muito que você esteja passando por tanto sofrimento. Estou aqui para te ouvir". Acolher a dor, sem julgamentos, é fundamental.
3. Incentive e ajude na busca por apoio profissional: a pessoa em sofrimento profundo muitas vezes não tem energia ou esperança para procurar ajuda sozinha. Ofereça-se para encontrar um profissional, marcar uma consulta ou acompanhá-la.
4. Não guarde segredo: nunca prometa guardar segredo sobre pensamentos suicidas. Explique, com cuidado, que a situação é séria e que você precisa envolver outras pessoas para garantir a segurança dela.
5. Em caso de risco imediato, não deixe a pessoa sozinha: Se ela tiver um plano definido, procure ajuda de emergência imediatamente. Ligue para o SAMU (192) ou leve-a a um pronto-socorro ou UPA 24H.
Onde encontrar ajuda?
A boa notícia é que existe uma rede de apoio disponível e gratuita. Conhecer esses recursos é vital:
Centro de Valorização da Vida (CVV): oferece apoio emocional sigiloso e gratuito 24 horas por dia. Basta ligar para o número 188. O atendimento também está disponível por chat e e-mail no site do CVV.
Rede de Atenção Psicossocial (RAPS) do SUS:
Unidades Básicas de Saúde (UBS): os postos de saúde são a porta de entrada. Eles podem fazer o primeiro acolhimento e encaminhar para serviços especializados.
Centros de Atenção Psicossocial (CAPS): são unidades especializadas em saúde mental com equipes multiprofissionais, abertas e de base comunitária.
Serviços de emergência: UPA 24H, SAMU (192) e prontos-socorros estão preparados para atender crises agudas.
A prevenção do suicídio é uma responsabilidade de todos nós. Ao nos informarmos, quebrarmos o silêncio e estendermos a mão, reforçamos a mensagem mais importante de todas: a de que toda vida importa e que, mesmo na dor mais profunda, a ajuda é possível e a esperança pode ser reconstruída. Falar é, e sempre será, a melhor solução.
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